segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Paulo Lima - Vivo



Vivo intensamente 
E por feliz ser, vivo!
Vivo porque o mundo é chato,
E por ser chato, poemas cultivo. 
Vivo porque o mundo é rico,
É criativo e meu.
Viver, porque é o melhor,
E desfrutar o presente que nos deu. 
Vivo porque a vida não é só felicdade
Também é maldade, crueldade e poços de calamidade.
Vivo, porque a morte é tola 
E morrer não é meus planos.
Pois vivo, sou feliz, cultivo mais alegria!
Quem sabe serei eterno 
Em versos, como poesia.


Paulo Lima 

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Paulo Lima - Coisas que digo calado



Gozo, rola, pau, buceta,
Arranhões, amassos, caretas.
Tudo isso define o que é bom,
Por que então não posso desfrutar?
Se todo mundo conhece,
Tem gente que até estremece
Quando ouve falar!
É chato não conhecer palavrão,
E eu então, que conheço da cidade grande ao interior.
Xibungo, cabaço, rapariga, quenga...
Xingamentos é poema e logo, sou escritor.
Se tudo foge da rotina,
É visto como abominação.
Se uma palavra tão conhecida incomoda tanto,
Falta muito a população.
Aceitam tanta roubalheira calados,
E abominam quando falam "cunhão".
Por tanto se a vida é minha
E é do meu agrado,
Que venham punhetas, gorjetas e todos as etas do serrado.
Pois quem vive de bem com vida
Se incomoda com própria língua,
Não com o parceiro do lado.

Paulo Lima

domingo, 24 de junho de 2018

Paulo Lima - Jacobina-Ba



Ao despontar de montanhas e rios cristalinos
Mulheres, crianças, meninos
Ao cortar do rio do ouro com sua poesia divina
Ao cheirinho de chuva no fim de tarde
O meu aconchego, Jacobina.

Aos degraus das escadas do Cruzeiro
Em cada pavio aceso das velas
Um sorriso de canto de orea das minhas mulheres belas.

Entre cada casa de palha
O aconchego de cada cabra valente.
Ao ameaçar do xenofobico 
O meu grito de oxente.

Entre trilhas de terras
Entre milhares de paises em guerras
Eu escolho o meu Sertão!
Ao surgimento de cada governante
O meu amor por Lampião.

Ao chegar do paruano
Ou pro mei Junho
O festejo de São João.

Entre cada brasa acesa festa e animação.
Que falte tristeza e vigore a felicidade
Troco facil a farra pelo cangaço.
A tua pela minha cidade.

Entre o Cruzeiro o pico
Merso num só piscar
Da matriz a Missão
Já dzia Gonçalves
-Aconchego encontro eu lá.

Ao chiar marujada 
Ao dançar do boi bumbar
No golpe da capoeira,
Tão Belas as cachoeiras
Tão bom abará.

Se eu nasseci em São Paulo 
São Paulo Jacobinense eu seria 
Pois sou eu o mais afortunado 
Dos filhos de Maria 
Por ter me feito Jacobinense 
E ter feito aqui minha Romaria. 




Paulo Lima

domingo, 11 de março de 2018

A infância e os apelidos dos amigos


Se eu pudesse contar o tanto que ri de amigos na vida, com certeza era um riso para cada pessoa no mundo. E até hoje eu sou assim, nunca perdi a graça. Os momentos pelos quais eu chorei, ainda a pouco, estão sempre vivos em minha memória. Fui o tipo de garoto que fazia brincadeiras com todos os amigos, hoje mais controlada é claro. Pois dizem que é bullying, já não gosto de nome, primeiro porque não escreve do jeito que ler e segundo porque uma multidão de pessoas se oprimem por causa dele.
Minhas brincadeiras nunca tiveram sérias consequências, até porque eram saudáveis e nunca machucou ninguém. Tive a dádiva de conviver com ótimos "aceitadores de apelidos" na época.
Eu era do tempo em que todos me esperavam na escola para sentar comigo e ouvir piadas, muitas vezes até sobre eles. Eu nunca procurei diferencia-los, lembrava apenas dos defeitos que possuíam, ríamos disso e íamos para casa sem nenhum ressentimento. E minha turma era, de fato, uma inspiração para mim. Lembro-me de Calanga elétrica, ríamos de sua deficiência com a cabeça, pois, em movimento repetitório ela ia para o lado como uma máquina de escrever. A chamávamos de Calanga, e para os íntimos, pescocinho. Fazíamos até uma brincadeira, do tipo que perguntávamos:
-Calanga, já pescou hoje?
Ela - Não, porque?
E ironicamente respondíamos:
- "PERCOCINHO"
Ela ria, nós ríamos e os professores riam. Ríamos de nós mesmos. Como por exemplo a Sarita, ela era fofinha, acima do peso (não sei bem como definir, sem ofender ninguém, se faço isso me perdoem pois não é por mau), lembro-me de um dia que ela amassou uma de nossas cadeiras da sala de aula que era completamente de ferro, ela estava caminhando sobre as cadeiras e caiu encima de uma. A sala toda caiu na gargalhada porque só reforçou o título de "gorda da sala". Outro episódio marcante aconteceu com Angelina, a chamávamos de "Bode Velho ou Mc Bodão", que insistência no talento de cantar! coisa que por sinal ela não sabia fazer. Em um desses projetos do governo (FACE) Angelina resolveu se inscrever criando uma música própria para concorrer em uma disputa estatual. Quadra lotada para assistir essa apresentação marcante de Bode Velho, quando ela começa a cantar:
-Eu sou a Deusa dos ventos, rainha do mundão...
Um inimigo da humanidade que estava sentado ao meu lado resolve completar a frase e grita:
-Eu sou Mc Angelina, a Mc Bodão.
Acabou que tivemos que deixar o local para que Angelina pudesse cantar sem nenhuma interferência. Mas, foi assim o ano todo. Claro que ela começou a aceitar e até brincava com a gente.
Tinha também a mais "influenciável" da sala, era de uma falta de inteligência assustadora, brincávamos, até porque ela não era loira, sendo assim inexplicável a sua burrice. A chamávamos de "Monkey", dizíamos que era macaco pelo fato dela levar em todas as aulas uma banana. Sempre a tirávamos das aulas dizendo que tinha caído um avião na quadra e ela sempre saia para ver. O fato mais marcante foi quando fizemos ela ameaçar uma cozinheira da escola porque dissemos que ela estava espalhando boatos que viu a "Monkey" jogando uma calça de uma garota dentro do banheiro feminino, coisa que ela nunca tinha feito, mas tanto que colocamos na cabeça dela, que ela acreditava que tinha feito. E como não lembrar da Mulher bambu, fazíamos até músicas e dançávamos para ela.
"Ú....ú....ú.... é o funk da mulher bambu. Balança, balança, balança tu, junto com a mulher bambu".
Chego a pensar que dariam uma dupla genial de comedia, "A mulher Bambu e Mc Bodão", seria de fato um talento esplendoroso. A dupla "Luerla e Lorrane Vecanani Buenao de Hahaha Raio Lêiser Bala de skiss" era uma atração, gravávamos vídeos de suas brigas, eram punhados de cabelo que tiravam de forma violenta e no final acabavam pintando as unhas um do outro. Tinha Kaline, a mulher sem queixo, que amava as bolachas "poca zoi", Auna Neves, que chamávamos de Kuroi, que todo mundo achava que significava "preto" na Africa. Ysla Maizena, que na aula de biologia toda doença que a professora citava a avó dela tinha, sempre dizíamos que a vó dela já estava com o pé na cova, mas vive até hoje, acreditem!
Havia outros que não tinham apelidos, mas faziam parte da turma do velho Deocleciano e Frei José da Encarnação.
Às vezes até íamos para a diretoria por algo que eu fiz, mas ninguém me dedurava, porque gostávamos das brincadeiras, a sala toda tomava punição, não era que eles tinham medo de ser apelidados para a eternidade, era que respeitavam as brincadeiras de uma maneira com que não se machucavam. Eram outras pessoas, eram outros tempos. Tempos esses, inclusive, os melhores deles.
Todos eles são meus amigos até nos dias de hoje, sempre damos boas gargalhadas juntos, lembrando de tudo o que passamos. E acreditem! choramos de saudade.
Não havia esse tal de "bullying" para nos deixar com raiva uns dos outros, ou doenças psicológicas, porque entendíamos que era apenas risos e brincadeiras. Só existia felicidade.
Que Deus mantenha em mim viva todas as minhas recordações, todos os amigos que tive a honra de "apelidar" carinhosamente cada um deles. Só os agradeço sempre pela grandiosa e maravilhosa história que me proporcionaram aos seus lados. 


Seção adivinhem quem são: 












quarta-feira, 7 de março de 2018

Paulo Lima - Projeto poetizando



Primeira seção: Eu sou Poesia 

Projeto: Poetizando 
Inspiração: Paulo Lima (Sugestões de amigos) 
Por - Paulo Lima 


Sortido 

Sabe, se tem uma coisa difícil de explicar, é quem sou.
Quando me fazem esta pergunta, debruço-me diante aos meus braços sem respostas, pois não as tenho. 
As vezes, me pego sentado escrevendo uma história, sou escritor. 
Ontem em um momento de raiva eu sorria, era ator. 
Não é que eu seja bipolar ou que tenha duas faces, como explica meu signo,
É que não existe rótulo para que eu possa me tachar. 
Há momentos que quero ser turista, disposto a desvendar as mais lindas partes da cidade em que vivo,
E há momentos hiatos que me trava, me isola de tudo, me sinto inútil e sem vontade para nada.
As vezes eu até fumo, dizendo meu consciente que é para desinteressar,
Porque então eu cultivo flores?
Pela diversidade, sou todas as cores.   
No entanto, quando olho meu reflexo pergunto-me quem sou
E descubro que posso ser quem eu quiser e o que quiser, aliás. 
Homem, mulher, idoso, rapaz...
Eu posso e quero ser quem e o que me der na "telha". Possuo em mim a liberdade, é de mais querer usa-la?
Não tem porque eu escolher ser divertido, quando posso ser sortido. 
Não tem porque eu escolher ser gaiola, se quando ser pássaro é libertador.
Eu não preciso ser galho quando na verdade da para ser flor. 
Talvez, seja um medo que não me permite uma definição mais complexa.
Talvez, até eu viva uma vida hermética, quem sabe? 
Mas não tem resposta exata para quem eu sou, e eu quero assim.
Que não tenha uma definição de mim. 
E se houver, Engodos!
Pois busco apenas ser eu, e eu sou tudo e todos.

Paulo Lima

Eu sou a peosia que veste uma canção.  Em seus lindos braços quero me afagar. Seguir o rumo do teu coração  E se houver verdade, quero repou...