Poemas Registrados
Homem do Norte
Sou do nordeste, cabra da peste
Das terras dos índios payayá.
Sou das quadrilhas de São João
E das festas de arraiá.
Sou de um povo guerreiro
Sou das encostas da Diamantina,
De um povo estrangeiro
Sou de Jacobina...
Sou homem honrado
De cultura ancestral,
Sou das matas verdejantes
Das culturas tão distantes
Te um país ocidental...
Sou a cultura do dramaturgo Ariano,
Sou literatura do caro Jorge Amado,
A festa padroeira, e todas as cachoeiras
Desta terra de muito agrado...
Sou a riqueza de todo o Capibaribe
Sou Caprichoso, a calunga da meia noite,
Sou cordel a se cantar,
Sou de longe caro moço, sou da terra da penúria
Da farinha com Juá...
Bebo água na moringa e tomo banho de sopapo,
Para poder trabalhar,
Sou home lá do norte da vida sou muito forte
E lá meus filhos vou criar...
Se entrega
Entrega-me a tua mão
Toca meu coração
Me beija, me amassa
Me faz ser teu sertão.
Me chama de poesia
Me recita, me aperta como sanfona,
Me ama, me abate, me torra,
Me põe no sol feito mamona.
Me nota, me avista
Me conta tuas histórias,
Me põe no colo
Me faz tua memória.
Me aperta e não solta
Me canta como uma flauta,
Me diz ser minha
Me põe na boca feito gaita.
Me escreve, me dedilha
Me faz um esquimó,
Me vicia, me alegra
Me tenha, mas não tenha dó.
Paulo Lima
Toca meu coração
Me beija, me amassa
Me faz ser teu sertão.
Me chama de poesia
Me recita, me aperta como sanfona,
Me ama, me abate, me torra,
Me põe no sol feito mamona.
Me nota, me avista
Me conta tuas histórias,
Me põe no colo
Me faz tua memória.
Me aperta e não solta
Me canta como uma flauta,
Me diz ser minha
Me põe na boca feito gaita.
Me escreve, me dedilha
Me faz um esquimó,
Me vicia, me alegra
Me tenha, mas não tenha dó.
Paulo Lima
Ei mô
Eu me sinto dependente de te ouvir
Sentir você todos os momentos,
Te beijar eternamente, te possuir
Ser o dono dos seus sentimentos...
Te dizer muitas coisas
Colar teu corpo no meu, ser teu amor...
Te segurar como se não houvesse amanhã
E como se não houvesse dor...
Deitar-te em meus braços
E de leve te fazer cafuné,
Te fazer sentir, sorrir,
Até mesmo um café...
Te escrever cartas, ler meus poemas....
Queria te proporcionar o melhor de mim,
Sem que tenha necessidade, calamidade ou culpa...
Mas a única coisa que saiu foi;
- Me desculpa!
Paulo Lima
Eu me sinto dependente de te ouvir
Sentir você todos os momentos,
Te beijar eternamente, te possuir
Ser o dono dos seus sentimentos...
Te dizer muitas coisas
Colar teu corpo no meu, ser teu amor...
Te segurar como se não houvesse amanhã
E como se não houvesse dor...
Deitar-te em meus braços
E de leve te fazer cafuné,
Te fazer sentir, sorrir,
Até mesmo um café...
Te escrever cartas, ler meus poemas....
Queria te proporcionar o melhor de mim,
Sem que tenha necessidade, calamidade ou culpa...
Mas a única coisa que saiu foi;
- Me desculpa!
Paulo Lima
A morte
Ao passar dos anos me ternei frio
Incapaz de sentir qualquer sentimento amoroso
Não me permito derramar lagrimas pelos mortos,
Afinal, é deles o tão sonhado descanso eterno.
Não me permito lamentar pelos que já partiram
Pois é deles, o segredo da vida.
Não me apego aos bens materiais
Pois belo é o reino dos que já se foram.
Pois não há decepções,
Desilusões ou sofrimentos
Somente o descanso eterno...
É na escuridão no vale das traves ocultas
Habitam a tão calma sombra da Lua,
Os ventos serenos assoviam sorrateiramente o nada.
Um lugar diferente, sem complicações, sem maldade
Onde quem vem a padecer tem sorte,
E clama para que a vida não comesse após a morte.
Não há morte mais cruel do que morrer e reencarnar na face
da vida, e viver em um mundo injusto e sem compaixão.
Desejo abraçar Caitana como uma velha amiga, para que não seja difícil minha despedida...
Incapaz de sentir qualquer sentimento amoroso
Não me permito derramar lagrimas pelos mortos,
Afinal, é deles o tão sonhado descanso eterno.
Não me permito lamentar pelos que já partiram
Pois é deles, o segredo da vida.
Não me apego aos bens materiais
Pois belo é o reino dos que já se foram.
Pois não há decepções,
Desilusões ou sofrimentos
Somente o descanso eterno...
É na escuridão no vale das traves ocultas
Habitam a tão calma sombra da Lua,
Os ventos serenos assoviam sorrateiramente o nada.
Um lugar diferente, sem complicações, sem maldade
Onde quem vem a padecer tem sorte,
E clama para que a vida não comesse após a morte.
Não há morte mais cruel do que morrer e reencarnar na face
da vida, e viver em um mundo injusto e sem compaixão.
Desejo abraçar Caitana como uma velha amiga, para que não seja difícil minha despedida...
Paulo Lima
A verdade de cada um
Quem nunca sentou em seu sofá
E ouviu aquela velha abertura:
"Lá vem o chaves,chaves, chaves"
Não sabe o quanto vive na amargura.
O seriado brasileiro
a quem devo minha infância,
Fez parte da minha vida
E dos meus tempos de criança.
Saudades do "bi,bi,bi,bi,bi" de Roberto Bolanõs.
Saudades das desculpas para não pagar os Alugueis,Ramón Valdés.
Saudades do "rá,rá,rá" do Frederico e sua careta,
Saudade das sardas e dos soluços da Maria Antonieta.
Saudade da eterna Angelines e Florinda Mesa.
Mesmo com tudo reprisado,
Receio o fim de uma turma uma dia tão influente
Que influenciava uma juventude hoje pecaminosamente doente.
Doente por não saber o quão foi bom a infância.
De uma juventude que sempre soube se divertir,
Pena! Pena de pessoas que nunca saberão o verdadeiro motivo de sorrir.
Uma juventude que nunca vai saber dar valor a uma roupa remendada,
A uma vizinhança, e aos sonhos mais simples como um sanduíche de presunto.
Uma juventude que nunca mais vai entender a expressão " Todos atentos olhando pra Tv"
Uma geração que nunca vai poder descobrir a simplicidade que era viver...
QUE PENA...
Sou um pobre moço perdido na solidão
De tanto que me doei, partido é meu coração,
E no espelho os olhos de quem ama
Mas que duvida que ainda exista compaixão...
Sou aquele homem com muito amor
E ninguém para valorizar,
E voam lagrimas amargas
Batendo asas a decolar...
Se não sou amado, é porque o amor ainda não me achou
Viso encontra-lo, tão grisalho como um avô...
E tantas coisas tenho para contar,
Amor em mim existe igual as estrelas refletidas ao mar,
Que coisa cruel não ter alguém para amar..
Paulo Lima
Americano Brasil
Não aguento mais viver
Estou ficando louco!
Não sou do padrão que se julgam
Esses seres tão dementes.
Sou da minoria rejeitada
Da juventude horrivelmente doente.
Sou da terra do "seu lobo"
E o povo daqui é bobo!
Visivelmente mascarados e loucos.
Que raciocínio lento
Que Brasil tão perigoso,
Que não evoluiu após tanto tempo.
De saco cheio dessa gente
Seres extremamente indigentes,
Usam coleiras no pescoço
E malandramente são instruídos ao que fazer...
Vivo na terra da brincadeira
Aqui se prega a desgraça alheia,
Tiram de Vera o que é de Vera
Demostrando o ódio em suas veias.
Peço a Deus somente a calma,
Sei que não é suficiente.
Então que ore, salve e repreenda
Todo ódio dessa gente,
Transformando em um país muito viril,
Sou da terra de cultura estrangeira
Caricata-mente! Americano Brasil.
Terra onde reina a burguesia
Quem governa é a hipocrisia,
Que explora o povo a todo custo
Na mão de obra e mercadoria...
Paulo Lima
Retirando
Meu Deus, olha essa gente tão triste e doente
Maria, roga pur nós!
Salva as criança tão fraca e tão seca
De fome feroz.
As chuva não vem mas pra gente
E mata as lavouras e a plantação,
Maria cheia de graça, entrega a bendita graça
Para nosso Sertão...
E morrem os coitados, meus gado de fome e de sede
Meu pai, isso castigo?
Mas oia pra esse povo, sem dá um surriso
Abençoa essa tribo e hora cumigo...
E sem nada para poder prantar
Os barraco de paia vô desfazer,
Vô pras cidade, tão grandes e medonhas
A procura do dicume...
Por ruas de sangue eu vou caminhar
Na penúria das ruas escuras, nós vamo vagar,
E se a sorte não for com a nossa cara
Pra a mesma palhoça nós vamo vortar...
É essa a hora de ir, chegou o momento da dispidida
A Deus minha Maria de Aparicida,
A seca assustadora nós faz ir em bora pra longe cantar
E fica essa terra, tão triste na guerra a espera da chuva molhar...
Paulo Lima
Retirante
Ei matuto retirante, me conte uma coisa
Seja culto, escute e responda sem que haja demora,
A que horas começa a quadrilha, a festa da cumeeira
Ou a reza da Nossa Sinhora?
Retirante me conte se pur essas bandas
Existe horário de verão,
Para que assim eu num perca
A saída da bela calunga do velho sertão.
Olhe cabra, me conte adonde descansa essa gente
E me livra da tanto sufoco.
Me mostre uma sombra de um juazeiro
Ou uma velha barraca de palha de coco.
Me diga adonde canta, adonde se dança
E adonde eu vejo a boiada,
E adonde a paz que aqui habita
Pur esse povo é encontrada.
Boiadeiro me conte ainda, purque uma terra como essa
Num é capaz de chorar?
Pois mesmo na lida diária, no sufrimento sentido na pele
Essa gente é capaz sonhar.
Paulo Lima
Galego não eu sou é preto!
Hoje eu acordei diferente,
Acordei mesmo, porreta!
Orei, roguei, pequei meu amuleto
Branco não viu nego?
Agora eu sou é preto!
Sou naturalista, comunista,
Feminista dos pés a cabeça.
O turbante, agora é meu manto
Cultura, é minha cor
Poesia, meu canto.
Meu sorriso agora é preto
Minha pele deixou de ser clarinha,
E vou dizer uma coisa:
Que preto bonito, viu mainha?
Desbocado, inclusive, que boca!
Sou negro, a cor do pecado,
Sou o pai do acarajé, fazedor de dendê
Olhe, nessa terra, negro mais lindo
Você não ver!
O cara até tenta
-Fala galego!
O que você disse Pai? Repete ai preto que quero ver
Me respeite, viu parceiro?
Tome mais cuidado que eu não sou seu pariceiro.
Saio logo de fino
Desfilo a minha avenida a fora
Recebendo elogios, hora em hora.
Respeitem os negros dessa Bahia
Engulam os negros arretados,
Porque somente na Bahia
Negro assim é encontrado.
Extinta-mente
Entre os vales e bosques me prendo.
Nas cachoeiras, águas para me alimentar,
Na terra animais ferozes
No mato, o canto do Sabiá.
Na carência das matas maltratadas
Desfruto de todo um valor,
Colhendo dos frutos aqui plantando
Cultivando somente flor.
Entre a mata se acolhe a melancolia
Entre os gritos, os bichos e seu rancor,
São as vidas pedindo ajuda
É a extinção do nosso amor.
Vou observando a água sendo consumida
Olhando os animais sem o que beber,
Vejo na mata a penúria
Vejo a floresta padecer.
As aves que aqui cantavam
Cantam um canto, que esbanja a dor,
E o mato clama, pede clemencia
Ao meu senhor.
E os homens, sem compaixão
Matam vorazmente, os inocentes,
Sem nem saber, os indigentes
Que os animais tão maltratados, defende a gente.
Os coitados dos animais
Morrem alegremente,
Eles morrem, mas não revidam
Extinta-mente!
E não trocam nem pela vida,
O juízo deles pelo da gente.
Sabiá
Segue o caminho da
mata
Fogo ao puro vapor,
Na terra migalhas
No poema eu falo
Com meu criador.
Caminhos fechados
Aonde voam os
colibris,
Tolos comportados
Como homens Pueris.
Copas abertas
Nébulas à vista,
Homens na mata
São parasitas.
Borboletas ao vento
Se perdem aos
nevoeiros,
Da mata desprezada
Sou homem passageiro.
Natureza obsessora
Homens na mata,
fragmentar,
Refúgios se perdem
Ao cantar o Sabiá.
Paulo Lima
Ei matuto retirante, me conte uma coisa
Seja culto, escute e responda sem que haja demora,
A que horas começa a quadrilha, a festa da cumeeira
Ou a reza da Nossa Sinhora?
Retirante me conte se pur essas bandas
Existe horário de verão,
Para que assim eu num perca
A saída da bela calunga do velho sertão.
Olhe cabra, me conte adonde descansa essa gente
E me livra da tanto sufoco.
Me mostre uma sombra de um juazeiro
Ou uma velha barraca de palha de coco.
Me diga adonde canta, adonde se dança
E adonde eu vejo a boiada,
E adonde a paz que aqui habita
Pur esse povo é encontrada.
Boiadeiro me conte ainda, purque uma terra como essa
Num é capaz de chorar?
Pois mesmo na lida diária, no sufrimento sentido na pele
Essa gente é capaz sonhar.
Paulo Lima
Galego não eu sou é preto!
Hoje eu acordei diferente,
Acordei mesmo, porreta!
Orei, roguei, pequei meu amuleto
Branco não viu nego?
Agora eu sou é preto!
Sou naturalista, comunista,
Feminista dos pés a cabeça.
O turbante, agora é meu manto
Cultura, é minha cor
Poesia, meu canto.
Meu sorriso agora é preto
Minha pele deixou de ser clarinha,
E vou dizer uma coisa:
Que preto bonito, viu mainha?
Desbocado, inclusive, que boca!
Sou negro, a cor do pecado,
Sou o pai do acarajé, fazedor de dendê
Olhe, nessa terra, negro mais lindo
Você não ver!
O cara até tenta
-Fala galego!
O que você disse Pai? Repete ai preto que quero ver
Me respeite, viu parceiro?
Tome mais cuidado que eu não sou seu pariceiro.
Saio logo de fino
Desfilo a minha avenida a fora
Recebendo elogios, hora em hora.
Respeitem os negros dessa Bahia
Engulam os negros arretados,
Porque somente na Bahia
Negro assim é encontrado.
Extinta-mente
Entre os vales e bosques me prendo.
Nas cachoeiras, águas para me alimentar,
Na terra animais ferozes
No mato, o canto do Sabiá.
Na carência das matas maltratadas
Desfruto de todo um valor,
Colhendo dos frutos aqui plantando
Cultivando somente flor.
Entre a mata se acolhe a melancolia
Entre os gritos, os bichos e seu rancor,
São as vidas pedindo ajuda
É a extinção do nosso amor.
Vou observando a água sendo consumida
Olhando os animais sem o que beber,
Vejo na mata a penúria
Vejo a floresta padecer.
As aves que aqui cantavam
Cantam um canto, que esbanja a dor,
E o mato clama, pede clemencia
Ao meu senhor.
E os homens, sem compaixão
Matam vorazmente, os inocentes,
Sem nem saber, os indigentes
Que os animais tão maltratados, defende a gente.
Os coitados dos animais
Morrem alegremente,
Eles morrem, mas não revidam
Extinta-mente!
E não trocam nem pela vida,
O juízo deles pelo da gente.
Sabiá
A velhice eterna
Quero ser o voo
livre de um belo passarinho
O soar de um vento,
um vapor,
Me transformar
nas pétalas caídas
E provar do beijo
do Beija-flor.
Quero me transformar na
luz
Ser um olhar puro
de criança,
Ser minha própria
voz da velhice maltratada
Não me contentar
com a sorte
Sendo a sorte da
esperança
Quero ser sol
nascente
E com ele sumir ao
fim do dia,
Ser a própria
natureza,
Na solidão da
madrugada fria
Apenas quero ser um
conto do nordeste,
O calor do Sertão
Ser cabra da peste,
Sendo o pavio aceso
do canhão
Sentar na minha cadeira de balanço
Com minha xícara de
café,
Relembrar os
momentos de juventude
Com meus gatos,
cachorros e minha mulher
A velhice eterna,
um dia eu terei
Envelheço e não
padeço,
Serei vida e minha
própria
Consciência,
Serei história,
serei livro
Serei da morte a
penitencia.
Paulo Lima
Sentar na minha cadeira de balanço
Preciso de você
Estou totalmente
desanimado.
Tudo ao meu redor
esbanja sofrimento,
Pareço ser
invisível ao seus olhos.
Querida, é notável meu
lamento?
Eu me sinto meio
estranho...
Minhas tardes de canção,
hoje vem a me afagar.
Meu coração pulsa seu
nome!
Querida, você pode me
beijar?
Suas palavras estão me
machucando,
Eu só queria contigo
delirar,
Ver seu sorriso
envergonhado...
Querida, você pode me
amar?
Você me usa de uma forma
estranha,
Quando só quero te
sentir,
Brinca com meus
sentimentos
Querida, você pode me
ouvir?
Aquela noite foi uma
loucura
Não devíamos ter feito
aquilo
Mas eu te amo e não vou
mentir,
Querida, quando vamos
repetir?
Não estou em condições
de me calar,
É muito amor pra eu te
dá
Muitos nudes da alma
para te enviar...
Querida, vamos nos
matar?
Paulo Lima
Sonho
Uma moça murena
Lábios carnudos e olhar de poesia,
Quando eu avistava meu coração forte batia
Era a negra mais linda
Que já andou em riba da terra,
Causava tanto alvoroço nos moços
Jacobina vivia em guerra
No oiar puro da negra
Havia uma pureza nela,
A mais brilhante istrela
Perdia sorrindo cum ela
Eu me apaixonei pela moça
E ela se apaixonou por mim.
A ela eu dava o mar e a lua.
Era um amor que nunca teve fim
Todos sentiam inveja.
Mas o nosso amor não acabava.
Era como o fio da vida inacabável
A cada dia nosso amor só aumentava
Como nois se amávamos
Muitos viviam conspirando,
Mais nosso amor só fortalecia
Cada dia ia aumentando
Mais para você que tem inveja
Coloque graça em sou rosto risonho,
Porque essa negra tão perfeita
Foi vista através de um sonho
Paulo Lima
Uma moça murena
Lábios carnudos e olhar de poesia,
Quando eu avistava meu coração forte batia
Era a negra mais linda
Que já andou em riba da terra,
Causava tanto alvoroço nos moços
Jacobina vivia em guerra
No oiar puro da negra
Havia uma pureza nela,
A mais brilhante istrela
Perdia sorrindo cum ela
Eu me apaixonei pela moça
E ela se apaixonou por mim.
A ela eu dava o mar e a lua.
Era um amor que nunca teve fim
Todos sentiam inveja.
Mas o nosso amor não acabava.
Era como o fio da vida inacabável
A cada dia nosso amor só aumentava
Como nois se amávamos
Muitos viviam conspirando,
Mais nosso amor só fortalecia
Cada dia ia aumentando
Mais para você que tem inveja
Coloque graça em sou rosto risonho,
Porque essa negra tão perfeita
Foi vista através de um sonho
Paulo Lima
Anna
A vida é tão boa, tão meiga e tão bela
Para que viver pensando na morte
E por tão pouco chamando por ela?
Ai meu Deus que menina tão pura
E cheia de mágoas.
Apura o coração machadado
E transforma em rios brota douro de águas.
Que menina fraquinha tão triste e enfadonha.
Eleva a face dessa mocinha
E transforma em garota risonha.
Mostrando o valor de uma vida
Tão pura cheia de mágica e virtude.
Para ter alegria em seu coração é preciso
Bem mais que uma simples saúde.
Entrega juízo a moça que pela morte chama
Fala com ela meu Deus em momentos
Tristes e diga que a ama.
Entrega o valor que tu tem
Pela moça chamada de Anna.
Paulo Lima
A vida é tão boa, tão meiga e tão bela
Para que viver pensando na morte
E por tão pouco chamando por ela?
Ai meu Deus que menina tão pura
E cheia de mágoas.
Apura o coração machadado
E transforma em rios brota douro de águas.
Que menina fraquinha tão triste e enfadonha.
Eleva a face dessa mocinha
E transforma em garota risonha.
Mostrando o valor de uma vida
Tão pura cheia de mágica e virtude.
Para ter alegria em seu coração é preciso
Bem mais que uma simples saúde.
Entrega juízo a moça que pela morte chama
Fala com ela meu Deus em momentos
Tristes e diga que a ama.
Entrega o valor que tu tem
Pela moça chamada de Anna.
Paulo Lima
A vida é uma peça
Cheguei em um momento da
vida
Onde tudo já tinha
perdido a graça.
Em meu pensamento só
tinha tragédia,
Rancor e desgraça.
Até mesmo os amigos
viraram as costas pra mim
Me deixando sozinho para
uma batalha enfrentar,
E assim saber que um
homem,
Também é capaz de
chorar.
E a gente reconhece com
grande desgosto
Que tem momentos que a
vida vai te golpear,
Por isso devemos fazer
valer a pena
Cada sonho que sonha que
ainda vamos sonhar.
Só tenho da vida a
certeza que não quero morrer
Quero conhecer todos os
amores do começo ao fim,
Eu só quero a emoção de
saber,
Que em algum lugar
alguém fala de mim.
Quero ser lembrado por
todos como um amante da vida
E me perdoar com os
mesmos pela minha loucura,
Só queria encontrar em
cada simples amigo
Uma nova aventura.
Quero apenas olhar a
Compostela da minha janela
Apreciar a beleza das
flores nos bosques da vida,
Sem que nada e ninguém
interfira
Contando sua história
trágica e sofrida.
Só quero viver minha
vida sem magoa e sem dor
Sem que ninguém me chame
de doutor,
Aprender a se molhar
nessa chuva de vida
Mandada pelo meu
criador.
E eu que pensava que a
vida não tinha mais graça
Descobri que ela não
deixa de ser uma peça,
Mas se a gente não se
cuidar e criar um roteiro
Essa vida sem graça, nem
mesmo começa.
Paulo Lima
Linda morena
Morena linda dos lábios de Araticum
Lembro da gente, do tempo que eu te amei,
Cachos dourados feito casca de Buriti,
Boca rosinha de pó urucu
E do beijo bom feito Murici
Corpo moreno feito meu acarajé
Sorriso branco feito massa de beiju,
Saliva doce feito mel, mel de uruçu
Venha correndo para meus braços
minha meiga Leãozinha
Deixe de andar sozinha
com essa ingratidão,
Palma de mandacaru
folha de cupuaçu
Rainha do meu Sertão
Da manga rosa vem o teu sabor
Melão papaia e saco de Juá
Jabuticaba teu olhar notorno
Beijo docinho feito umbu e cajá
Linda mocinha cabelos de laço e fita
Minha pedra valiosa
De ouro com marcassita
Quero te beijar!
Venha comigo pedaço de gabiroba
Croço de umburana
Calda de cana-caiana
Quero te amar!
Paulo Lima
Dicionário do meu Sertão
Pra tu que num intende
o Dialeto popular,
Vou falar o do meu Sertão
Que é massa de cantar
Se tu num paga direito, é veaco!
Adolecente na pegação é amasso
E se a coisa é nojenta
A gente chama de mundiça.
Homem feio é carniça
Ou chinelo de paiaço
e virgindade aqui é cabaço
Se eu mandar você sair
Tu vai pegar o beco
Gordinha aqui é picanha
Safada é piranha
e magrinho espritado de seco
Aqui é todo meio bagunçado, num sabe?
Canela seca, pode ser Caneludo
E dentuço é dente de sabre
Se tu quer me falar algo
arrudeia aqui, abestado!
Se tu quer fazer xixi
é só gritar:
-Vou bater o mijão!
Jovem novo é donzelo,
Branquelo é amarelo
E pegador, garanhão
Gente falsa aqui é coxinha
Mulher baixa é toco de amarrar jegue,
Anã de jardim, rodapé de piso...
E coitada é bichinha
O dialeto aqui muito usado é "Pro Mode"
Que quer dizer o motivo de que.
Se você é muito feio é o cão chupando manga,
Arranhão aqui é arrelado
E careta feia é muganga
Sujeira do nariz é giribita
Solteirão é comedor de cabrita,
Garganta é muela
E secreção do olho a gente chama de Ramela
Não se chama prostituta por essa região
Se chama é quenga!
Não me venha com conversa fiada
Que chamam logo de lenga-lenga
Se tu não é mais moça
Tu tá bulida,
Gaitada é risada
e assoprinho é gemida
Aconteceu algo estranho?
é só gritar:
-Vije minha nossa sihora.
Expressão usada aqui
Vinte e quatro hora
Se você diz coisa cum coisa
Tu é abestalhado,
Afolozado aqui é usado
quando a coisa já ta esticado
Home tem muita coisa
Alpercata,aperreado,arrombado,zoião,
Zézim e Pipoco do Trovão.
Tem acumé, oxente, patim,
arretada, isculhambado e arengueira,
Pareceira, murrinha, ta cum cranco e encrenqueira
Quase me esqueço da bubônica, mulestia, pinote
e xibungo,
Ah, solto no açude
é tibungo
Sobre as partes do corpo humano tem:
Furico, boga, butico
Tem tabaco, rodela e xibiu,
Se quebrou tá desmantelado
E capou o gato quer dizer fugiu.
Correr aqui é acunhar
Água na boca é aguejar
Se num aguento mais comer
Tô Aifano,
E se arroto alto dizem que tô gofano
Ah cumpade, tem tanta coisa nessa terra
Que nos deixa maravilhado,
Aqui é o purtuguês bem escrevido e bem falado,
A riqueza do meu povo, levo no coração
Enfrentando a batalhada diária, a cultura maltratada
Tenho fé no meu Sertão
Beba água!
Paulo Lima
TEMPORAIS
Eu quero ter uma vida mais corrida.
Brigar com meus amigos e parentes,
Mas saber que estou rodeado de amor,
E fazer tudo diferente.
Pensar que vou me libertar,
Sentir seus lábios e carinhos,
Sua mão macia a me afagar.
Preservar tudo o que é bom!
Os beijos, as festas, os cheiros no cangote,
As gargalhadas mais medonhas,
E os momentos de frangote.
Me vingar da natureza,
Preservar o que um dia foi uma beleza,
Agraciar suas riquezas naturais,
E me afogar nos meus pecados capitais.
Lutar na caminhada
que essa vida me pregou,
Chegar na frente e faço afronta,
Manter a fé no criador.
Ignorar a demência de gente tonta,
Mesmo que a vida me demita,
Eu vou na frente procurando uma saída.
Por tanto meta a cara,
E faça o que quiser
Que a vida é uma criança
E como é!
Da vontade de viver não abra mão.
Não vou me render aos preconceitos raciais ,
Ao ver tanta podridão estampadas em tv , revistas
E nos jornais.
Criarei poemas para me acalmar,
Tomarei o meu café esperando a paz tão prometida,
Ignorar o amor achando uma saída,
Ouvir relatos de ladrões e homicidas,
Ignorar as saudades e a agonia das despedidas!
Vivo no meu mundo de esperança,
Doar um dólar pro criança esperança,
Vou me jogar na lama de uma chuva que caí
Gritar aos crentes:
-"Aleluia e Graça e paz!"
É uma grande chuva de honestidade e temporais,
Quero voltar aos tempos dos nossos pais,
Eu quero ter a chave da desigualdade,
Para prende-la bem longe da humanidade.
O fim das drogas e mais saúde para crianças.
Um mundo justo, menos corrupto,
E sem matança !
O fim da música para os equivocados,
Por um dialeto mais falado, que retardado.
O fim do preconceito e a xenofobia,
Espelhar amor ao ver a luz no fim dia.
Eu só quero a paz vivendo em você,
Escute aqui irmão, mais harmonia!
Eu quero o ter a “massa”
Na melodia...
Escute aqui meu velho e preste atenção!
Eu quero ouvir uma letra em uma linda canção.
Só quero ouvir a letra, em uma linda canção....
Paulo Lima
Refugio
Que a Natureza seja sempre meu refugio,
Para que meus poemas não venham a falecer.
Que ela sempre possa servir como berços, inspirações,
Para minhas noites repletas de poemas, poesias, canções...
Que a Compostela que compõe os Céus
Possa sempre me mostrar os caminhos onde posso seguir,
E que essa vontade que tenho de fazer o melhor venha existir em mim.
Que meus poemas venham para fazer diferença,
E que venham sempre para mostrar a igualdade em raças, etnias, cores e crenças.
E que eu nunca as use como palavras de vaidade,
Porque quero sempre ter no coração, humildade.
Que as palavras e momentos que eu recebo possa sempre conter nas minhas histórias,
E que os maus caminhos que vejo obrigado a passar fujam da minha memória.
Que os momentos de infância venha sempre a me fazer sonhar,
E que possa sempre conter a felicidade para assim eu compartilhar.
E que eu nunca possa resistir aos rolinhos de inteligência,
Porque alguns neurônios a menos não faz diferença.
E que ao tragar a fumaça da vida,
Venha acalmar o assustador medo da minha despedida.
Que as árvores frutifiquem uma resposta para minha agonia,
Que minhas palavras sejam regadas de amor dia após dia.
Que os momentos em turma venham sempre a se repetir,
Porque sempre devemos aos momentos felizes curtir.
Que o desejo de viver seja cada vez mais forte,
E que a humanidade um dia possa gritar:
-“A poesia venceu a morte.”
Paulo Lima
PALAVRAS AO VENTO
(Inspiração - J.V)
Pessoa querida
de pele branquinha
e cabelos enrolados,
posso te amar?
de pele branquinha
e cabelos enrolados,
posso te amar?
Palavras sinceras,
sentimentos em versos,
vou te apaixonar...
sentimentos em versos,
vou te apaixonar...
Pessoa querida
de cachos dourados,
boquinha macia,
vem me adorar!
de cachos dourados,
boquinha macia,
vem me adorar!
Encadeia por mim
um doce veneno,
que faz delirar.
um doce veneno,
que faz delirar.
Seus olhos tão belos,
tua pele tão rara,
me faz sempre
contigo sonhar...
tua pele tão rara,
me faz sempre
contigo sonhar...
No teu sorriso tão simples,
nos teus braços enfadonho,
meu coração quer repousar!
nos teus braços enfadonho,
meu coração quer repousar!
Tuas prosas e meu café
namoram as noites de lua,
tão grande e tão bela
a nos afagar...
namoram as noites de lua,
tão grande e tão bela
a nos afagar...
Querida pessoa,
reprisa comigo
vem me namorar!
reprisa comigo
vem me namorar!
Paulo Lima
Cadê Noel?
Eu tô cum fome.
Papai Noel, quero comer!
Eu abro mão do panetone
por roupas limpas, menos sofrer...
Tou nessa vida caro Noel,
Por que não tenho onde morar.
Eu vim de longe, lá do Sertão,
pensando assim que minha vida ia miorar.
Aqui eu tÔ só na penúria!
Não tem ninguém para acharcar
Não tem ninguém para acharcar...
Moro na rua senhor Noel,
Sou engraxate e ganho pouco.
E sou taxado aqui no centro
de um ninguém e pobre louco.
Já sofri muito, me maltrataram,
Mas não perco a fé.
Eu vim de longe, lá da Bahia!
vim com meu fardo,
não foi de corro
eu vim a pé.
Gastei três dias na longa vinda,
Dormi na estrada, com muita dor.
Eu peço a tu, papai Noel
Uma vida digna, meu Salvador.
Durmo no chão,
As minhas lágrimas se derramaram,
as minhas coisinhas
Daqui roubaram.
Eu quero apenas um lugarzinho,
pra eu morar,
tou nessa vida, papai Noel
Não tem ninguém para acharcar.
Não tem ninguém para acharcar...
Durmo aqui mesmo, encolhidinho,
com muita angustia e um pavor,
E a comida quem me trouxe
foi uma senhora, que aqui passou.
Mas vou migrar pro matagal,
Lá o perigo são os animais,
aqui na rua já me judiam
os meliantes e marginais.
Senhor Noel tem compaixão,
dá pra esse povo, saberia
e que não falte em sua mesa,
o seu pão de cada dia.
Mais consciência a humanidade
que se esqueceu,
Que tudo isso que a gente passa,
Não foi Deus que escolheu.
Eu peço a ti mais paciência do que já tenho,
pra eu sair desse mundo, judiação.
Só quero a calma que eu já tive, no aconchego do meu Sertão
Só quero a calma, que eu já tive no aconchego do meu Sertão
Paulo Lima
Leonor
Descalça vai para a fonte.
Leonor pela verdura,
Vai formosa e não segura.
Vai andando sobre o bosque.
Em sua cabeça leva um vaso,
O texto nas mãos coradas, mais negra que a noite pura,
Vai formosa e não segura.
Andando de pés no chão,
Com sua voz a arrepiar,
Mais encantadora que uma pintura...
Vai formosa não segura.
Sua pele ao mundo encanta!
Cabelos crespos interessados.
A graça dela é tanta, que da forma a formosura. ..
Vai formosa e não segura.
Paulo Lima
( Cantiga de Mote e Glosa )
Morte do Sertão
O Sol que nasce é o mesmo que morre.
No Sertão de Jacolinda, a terra por ele iluminada.
De que morreu?
Morte morrida ou morte matada?
Vai saindo os meus vizinhos
as quatro da madrugada,
De que morreu?
Morte morrida ou morte matada?
Andando léguas e mais léguas,
para sua rosinha bem cuidada,
De que morreu?
Morte morrida ou morte matada?
Entristecido por perder a colheita,
rezando por uma chuva e água para sua manada,
De que morreu?
Morte morrida ou morte matada?
As mulheres que não tem um pedaço de terra
vai trabalhar no sinzal, sendo maltratada.
De que morreu?
Morte morrida ou morte matada?
Sujeitos ao sofrimento de tanto lamento
de mão calejada,
De que morreu?
Morte morrida ou morte matada?
Sua face já esbanja tamanho sofrimento
sua pele é bem queimada,
De que morreu?
Morte morrida ou morte matada?
Se ver sujeito a tamanha obrigação
mas sempre com uma bela gargalhada,
De que morreu?
Morte morrida ou morte matada?
Uma casinha de palha é o que basta
para uma vida alegra mas arrebatada,
De que morreu?
Morte morrida ou morte matada?
Esse sertão que arde na alma
é duro, mas simples, honesto e esperançoso
Mas o Sertão verdadeiro morre a cada chibatada
Mas...
De que morreu?
Morte morrida ou morte matada?
Paulo Lima
Preciso de você
Estou totalmente desanimado.
Tudo ao meu redor esbanja sofrimento,
Pareço ser invisível ao seus olhos.
Querida, é notável meu lamento?
Eu me sinto meio estranho...
Minhas tardes de canção, hoje vem ao delirar.
Meu coração pulsa seu nome!
Querida, você pode me beijar?
Suas palavras estão me machucando,
Eu só queria contigo poder contar,
Ver seu sorriso envergonhado...
Querida, você pode me amar?
Você me usa de uma forma estranha,
Quando só quero te sentir,
Brinca com meus sentimentos
Querida, você pode me ouvir?
Aquela noite foi uma loucura
Não devíamos ter feito aquilo
Mas eu te amo e não vou mentir,
Querida, quando vamos repetir?
Não estou em condições de me calar,
É muito amor pra eu te dá
Muitos nude da alma para te enviar...
Querida, vamos nos matar?
Paulo Lima
Rei do Cangaço
Eu sou a favor de tudo que é belo, honesto e bonito.
Sou admirador do meu povo, rico de imaginação.
Sou da terra da felicidade, do canto da caridade,
do aconchego do Sertão.
Sou a favor daquele que trabalha no sol quente,
sem reclamação e nem lamento.
Que as vezes não tem na mesa nem um pouco de alimento!
Sou a favor das nossas riquezas, do mais medonho sorriso de um palhaço.
Sou rei, sou coroa, sou o dono do meu cangaço.
Essa vida no Sertão do meu nordeste, ela é mesmo uma hipocrisia!
Enquanto não reconhecem o valor do sertanejo,
Ele rima em poesia.
Sou sertanejo, sou da roça!
Se você não gosta, o jeito é me engolir.
Pois em cada canto que passar, vai ter um matuto brabo a nos fazer sorrir.
Olhem bem e escutem meus sertanejos!
Por favor não se oponham a tamanha mediocridade.
Que todo ódio dos que odeiam o sertão,
seja retribuído com aconchego e honestidade.
Eu no canto da natureza
da pele, do arregaço.
Sou o dono da poesia,
Sou o Rei do meu cangaço.
Paulo Lima
A vida é uma peça
Cheguei em um momento da vida,
onde tudo já tinha perdido a graça.
Em meu pensamento só tinha tragédia,
rancor e desgraça.
Até mesmo os amigos viraram as costas pra mim,
me deixando sozinho para uma batalha enfrentar,
E assim saber que um homem,
também é capaz de chorar.
E a gente reconhece com grande desgosto,
que tem momentos que a vida vai te golpear,
Por isso devemos fazer valer a pena cada verso
daquele poema sobre acreditar.
Só tenho da vida a certeza que não quero morrer.
Quero conhecer todos os amores do começo ao fim,
Eu só quero a emoção de saber,
que em algum lugar alguém zela por mim.
Quero ser lembrado por todos como um amante da vida,
e me perdoar com os mesmos pela minha loucura.
Só queria encontrar em cada simples sorriso
a magia da sua doçura.
Quero apenas olhar a Compostela da minha janela,
Apreciar a beleza das flores nos bosques da vida,
sem que nada e ninguém interfira,
contando sua historia trágica e sofrida.
Só quero viver minha vida sem magoa e sem dor.
Aprendi que até a natureza escuta sua própria voz,
Aprender a se molhar nessa chuva de vida
Que caí sobre nós.
E eu que pensava que a vida não tinha mais graça,
descobri que ela não deixa de ser uma peça,
mas se a gente não se cuidar e criar um roteiro
essa vida sem graça, nem mesmo começa.
Paulo Lima
Maristela
E lá vem ela
a mais pura donzela do meu Sertão.
O nome dela?
É Maristela.
Um chamado assediador ouvi do nada,
Era cumpade Manuel
Ele tomava uma cana
Mas os olhos param na mulata
"Oh lá em casa"
Gritou
Maristela nem reagiu
Seguiu seu rebolado
E mais uma esquina
Ouviu-se mais uma
"Eita, Morena!"
E Maristela pela avenida andava
E não respirava,
Virando em outra esquina
a tão pura menina
Respirou
Respirou
Seu desejo era gritar
Mas a sociedade não deixa!
Seguiu os conselhos mamãe
"Vai enfrente e baixa a cabeça"
Não levava recado pra casa
Ouvindo tantos absurdos
Maristela gritou
Com tanta raiva ficaram
Que três homens a violentou.
Lagrimas.
Choros e dores,
"Eu avisei"
"Não fale mais"
Dizia a sociedade.
Gabriela pensou
"Não vou aquentar "
Passaram três meses
E Maristela não aguentou,
Durante uma tarde no bosque
Maristela se Suicidou.
Paulo Lima
Quem era eu
Que pavor eu fiquei
quando me deram a notícia da minha morte.
A princípio não acreditei, fui bem forte.
Mas depois cai na real e reconheci que sou mortal.
Eu me recordo que quando eu estava partindo,
consegui ver quem era eu, enquanto estava levemente dormindo.
Eu não entendi direito, mas eu via do lado esquerdo da ponte,
lágrimas e dor
via muita gente chorando, e em meu lado , risos de horror...
Eu tentava entender mas não conseguia me avistar por completo,
mas eu era uma pessoa importante, não, nem um pouco discreto!
Mas eu e as pessoas que estavam ao meu lado, se divertiam ao ver
tanto sofrimento.
Cada gota de lágrima que caía, era grande meu contentamento.
Eu estava de preto, era como se fosse um rei,
todos me obedeciam, eram meus fantoches. Eu ditava as leis!
É, eu tinha meu grupo, mas era eu que comandava,
gostoso era ver, como esse grupo meu saco puxava...
Ovacionado por puxa sacos, e em meu grupo só ficava
quem me obedecia e assinava embaixo.
"Home", eu era mais poderoso que o Diabo!
Fechei os olhos e alguém gritou:
-"Morreu!"
Morri sem aos menos saber, quem era eu.
Paulo Lima
Preces
Eu clamo pela infelicidade exposta no rosto de muitos
e pela força que possui o vento,
vamos aproveitar a vida
antes que não tenhamos mais tempo
A nossa vida é miseravelmente curta
e cheias de obstáculos
Clamo por um melhor mundo
e valente,
por amor, amor e amor facilmente
Vamos trocar a parceria,
se não é mais possível a compacticidade,
alegrar-se a cada dia
matar a dor de uma saudade
Religar um sonho da juventude
e se apaixonar perdidamente,
Plantar arvores de afetos
e colher delas suas sementes
Não permita que o amor à segurança
lhe roube o amor à liberdade,
Humilhar-se em momentos tristes
envolver-se mais com a amizade
Morar em um país de cultura
não ocidental
Crer na liberdade de seus filhos
e fazer das ruas o seu quintal
Passar uma semana na natureza
ouvir o silêncio e avistar a Compostela,
pintar e apreciar na natureza
as mais formosas telas
Perdoar a quem nos ofendeu
ler o livro que não leu,
lutar pela liberdade de expressão
reconhecer os frutos que colheu
Suspeitar do médico
caminhar longitude,
sem ao menos se preocupar
com a vaidade da saúde
Viver, viver e viver
desafiar a lei da natureza, e belezas desfrutar,
colher flores em maravilhosos bosques
em águas de chuvas se molhar
Gritar para o mundo
EU TE AMO, VIDA MINHA
poesias recitadas, verdes matas
Verde vento
por um mundo mais justo e sem sofrimento
Eu clamo pela infelicidade exposta no rosto dos pobres
miseráveis e pela força de menos sofrimento
vamos aproveitar a vida
Antes que não tenhamos mais tempo.
Paulo Lima
A IGUALDADE SERTANEJA
NUM SOU DIFERENTE DE NINGUÉM
TENHO ZOI, BOCA E NARIZ,
SÓ NUM TIVE OPURTUNIDADE
DE UM DIA SER JUIZ
EU NUM TENHO VAIDADE
SÓ CULTIVO A HUMILDADE NA MINHA ALMA,
DESFRUTO APENAS DO MEU TRIBUTO
SOMENTE A MAIS PURA CALMA
NUM TENHO NOTA DE CEM
NUM COMO FILÉ E CARNE DE ACÉM,
SÓ VIVO A HUMILDADE CUM
GRANDE DIFICULIDADE
SEM DEVER NADA A NINGUÉM
VOU ADANO AQUI E A CULA
PRA MODE UM DE UM TRABAIO ARRUMA,
E VIM GENTE DISPRUVIDA
SÓ PRA MIM ATURMENTAR
NUM SOU DIFERENTE DE FULANO
E NEM DE BELTRANO
E PEÇO QUE NUM PENSEM ASSIM,
SER MATUTO SERTANEJO
NUM É SER CABRA RUIM
TIRE O NÓ DA SUA GARGANTA
E PUR SACRIFÍCIO ME RECONHEÇA,
SOU APENAS UM POBRE,
CUJA VIDA DE TRISTEZA
TENTA SER UM POUCO NOBRE
PUR TANTO NÃO VENHA AMIGO
DE MIM SE DESFAZER,
TENHA PENA DESSE POBRE
QUE DÁ DURO PRA CUMER
ESSE POBRE HOMEM VIVIDO
MAS DE GRANDE CORAÇÃO,
QUE SE PREOCUPA EM TER NA MESA
APENAS TACO DE PÃO
NÃO SOU DIFERENTE DE VOCÊ
RICO E ESTRUMADO,
POIS A VIDA SÓ NÃO ME DEU
O DIREITO DE TER ESTUDADO
PAULO LIMA
LUA
Era uma noite fria,
carma e serena.
Quando eu comecei a oiar
uma bela morena.
carma e serena.
Quando eu comecei a oiar
uma bela morena.
Brilhava tanto
que eu ficava arretado.
Mas eu gostei da ideia
que ficava encantado.
que eu ficava arretado.
Mas eu gostei da ideia
que ficava encantado.
Era sem duvidas a Negra
mais perfeita que andou
EM RIBA DA TERRA.
O sertão de Jacobina
por ela vivia em guerra.
mais perfeita que andou
EM RIBA DA TERRA.
O sertão de Jacobina
por ela vivia em guerra.
Quando ela me oiava
meu estomago ativava barboletas.
A #Negra mais inluminada
e mais perfeita que uma viuleta.
meu estomago ativava barboletas.
A #Negra mais inluminada
e mais perfeita que uma viuleta.
Nas noite, eu sentava na varanda
lá nos canto mermo
isperando o brilho da minha fror.
Mais, a cada noite que passava
a rosa ia perdendo a cor.
lá nos canto mermo
isperando o brilho da minha fror.
Mais, a cada noite que passava
a rosa ia perdendo a cor.
Minha Janela,
a cada dia iscuricia.
Minha noite de aligria
aos poucos nem carecia.
a cada dia iscuricia.
Minha noite de aligria
aos poucos nem carecia.
Foi então que um dia
na minha grande solidão,
sentei para ver a negra
só via iscuridão.
na minha grande solidão,
sentei para ver a negra
só via iscuridão.
A Lua disapariceu
a morena da minha vida.
Que natureza pobre
tão pobre e puluída.
a morena da minha vida.
Que natureza pobre
tão pobre e puluída.
Acumo é meu Deus,
que a gente tão sufrido
se deixa render a tamanha
puluição?
Cada dia que passa
vai sumindo, a #Negra do Sertão.
que a gente tão sufrido
se deixa render a tamanha
puluição?
Cada dia que passa
vai sumindo, a #Negra do Sertão.
Paulo Lima
Em uma pequena cidade
Sempre tem um doido
o herege e um palhaço
Tem contador de piadas
o crente e o bebo
Tem o mais magro
e um mais seco
Tem um padre e a capela
Tem uma bela mulher
com uma linda cadela
Tem o corno e quenga
um cabrito e uma vaca
um curral e uma fazenda
Tem a casa de palha
uma terra invadida
Tem farinha de monte
é de ruma a cumid.
Tem boi e tem boiad.
Tem fogo de lenha
tem o feijão e feijuada
Tem carroça de burro
tem neguinho no chão
tem branquelo bem sujo
Tem cumida na mesa
é repartido o pão
Tem a beira do fogo
aqui não farta união
Tem morro e ladeira
Tem moça bonita
e tem lavadeira
Tem rios bem lindos
e tem cachueiras
Tem tudo oque queres
meu nobre peão
na Jacobina pequena
do velho sertão
Só não esqueça que somos
um povo guerreiro
de grande humildade
Mas fique a vontade
no grande acunchego
da minha cidade.
Paulo Lima
Meu Castelo
É um lugar pequeno
É um lugar arrodeado de serras
Na natureza tão perfeita
Deus, ajuntou perfeitamente
Viva a tão bela natureza
Paulo Lima
Meu Castelo
É um lugar pequeno
Sendo porém muito belo,
Poderiam nos chamar de reis
Pois habitamos em um castelo.
É um lugar arrodeado de serras
Sendo elas um belíssimo tesouro,
É um lugar de riquezas
É um berço abrigadouro.
É um lugar tão alegre de viver
Tem muita gente alegre e enfadonha,
É a humildade no rosto de um povo
Que com tão pouco sonha.
Na natureza tão perfeita
Terra como essa não existirá,
Se um dia daqui eu sair
Sei bem que irei votar.
Deus, ajuntou perfeitamente
Tudo de mais importante
E com grande humildade,
E tudo isso ajuntado
Foi jogado na minha cidade.
Viva a tão bela natureza
A maior criação divina,
Eternizada será
Minha amada Jacobina.
Paulo Lima
Livros e autores
Nossas palavras.
Palavras de encanto.
Poemas que contém história.
Receita de poesia.
Poesia sempre.
Artur Azevedo.
Rebem Braga.
Fernando Sabino.
Autores de direito.
Elias José.
Elisa Lucinda.
Autores grandes.
Com poesias lindas.
João Cabral de Melo Neto.
Cecília Meireles.
Reis de grandes afetos.
Vinicius de Morais.
Que ti direi?
Grande autor.
Es o Rei!
Carlos Drummond de Andrade.
E Mario Quitana.
Grandes celebridades.
Paulo Lima.
Palavras de encanto.
Poemas que contém história.
Receita de poesia.
Poesia sempre.
Artur Azevedo.
Rebem Braga.
Fernando Sabino.
Autores de direito.
Elias José.
Elisa Lucinda.
Autores grandes.
Com poesias lindas.
João Cabral de Melo Neto.
Cecília Meireles.
Reis de grandes afetos.
Vinicius de Morais.
Que ti direi?
Grande autor.
Es o Rei!
Carlos Drummond de Andrade.
E Mario Quitana.
Grandes celebridades.
Paulo Lima.
Jacobina Colonial
Reprisamos nos tempos
Do Brasil colonial.
Vivemos a crise
Da exploração fatal.
Jacobina, vitima da exploração.
Com a extração do nosso ouro,
Ficamos sem nada na mão.
Tínhamos riquezas de montão.
Acharam ouro,
Depois foram embora.
Com carros a avião.
E agora com a Yamana Good
A Mineração,
Empresa rica,
Mais com forte ambição.
Assim cresce a exploração
Que só traz para nós,
Desconforto e oração.
Por isso temos,
Ideias liberais,
E também, Grandes profissionais.
Por isso sabemos,
Que estamos em falência.
Jacobina entrou,
Em estado de doença!
Do Brasil colonial.
Vivemos a crise
Da exploração fatal.
Jacobina, vitima da exploração.
Com a extração do nosso ouro,
Ficamos sem nada na mão.
Tínhamos riquezas de montão.
Acharam ouro,
Depois foram embora.
Com carros a avião.
E agora com a Yamana Good
A Mineração,
Empresa rica,
Mais com forte ambição.
Assim cresce a exploração
Que só traz para nós,
Desconforto e oração.
Por isso temos,
Ideias liberais,
E também, Grandes profissionais.
Por isso sabemos,
Que estamos em falência.
Jacobina entrou,
Em estado de doença!
Paulo Lima
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